“Ser protagonista das mudanças é muito rico”, diz Diane Padial

O segundo conteúdo da série de entrevistas com os membros do Comitê Construtivo conta a trajetória da parceria entre a Fundação ABH e a gestora de projetos socioculturais, Diane Padial, desde sua participação no edital aTUAção PerifaSul à criação do FCP M’Boi (Fundo Comunitário PerifaSul M’Boi Mirim), que nasceu com o objetivo de fomentar iniciativas que atuam em prol do desenvolvimento comunitário da periferia sul de São Paulo.

Quem é Diane Padial?

A jornada da agente transformadora de Diane Padial começou muito antes de sua chegada ao Comitê Construtivo. Formada em psicologia, trabalhou na área de gestão de projetos socioeducativos e culturais por muitos anos, passando por creches, ongs, trabalho social de iniciativa privada e até EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil).

Entretanto, nunca deixou de atuar em prol do incentivo à cultura na zona sul paulistana, especialmente no campo dos saraus e da literatura, sendo hoje autônoma na articulação, elaboração, gestão e produção de projetos culturais, como o Sarau do Binho, Donde Miras – Caminhada Cultural pela América Latina, Mostra Cultural de Paraisópolis e idealizadora e FELIZS (Feira Literária da Zona Sul).

Como começou a parceria com a Fundação ABH?

Os caminhos de Diane Padial se cruzaram com os da Fundação ABH em 2020, quando ela, em conjunto com outros atores sociais do território, inscreveu um dos projetos do qual faz parte no edital aTUAção PerifaSul.

“Fui selecionada para desenvolvimento do projeto com o coletivo e-Bairro e foi dessa forma que conhecemos a Fundação ABH e fomos aprofundando o conhecimento e participando das atividades da Fundação ABH”, contou ela.

A participação na construção do PerifaSul 2050

Diane Padial conta que a parceria estabelecida através do edital levou-a a “se envolver na construção do PerifaSul 2050”, iniciativa idealizada e coordenada pela Fundação ABH, com o apoio do IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), e co-construída com atores sociais da periferia sul de São Paulo.

“É muito positivo pensar coletivamente as iniciativas realizadas, pensar o território, suas necessidades e possibilidades de realizar ações que contribuam para este desenvolvimento cultural, social, educacional. Pensar sobre as necessidades, vistas a partir de um foco de quem conhece, de quem vivencia e está do mesmo lado, creio ser muito importante”, destacou a gestora a respeito da jornada de construção do projeto.

Um dos pontos que Diane lembra com mais carinho é a construção da Mandala, que destaca as áreas prioritárias da região até 2050, e que foram determinadas em conjunto com os moradores do território.

“Foi um processo muito bonito, pois fomos construindo a partir de uma visão aprofundada de todos os membros do grupo e chegamos às áreas que julgamos necessitar de mudanças que busquem incentivar a melhoria da qualidade de vida dos moradores, valorizando as iniciativas existentes. Ser protagonista das mudanças propostas é muito rico”, declarou ela.

Vale lembrar que a primeira parte do processo se desenrolou ao longo de 2021 e resultaram na definição dos três grandes pilares da Mandala (Inclusão Produtiva, Desenvolvimento Comunitário e Vida Digna & Bem-estar), que permeiam as ações do grupo.

Comitê Construtivo

Diane Padial lembra que 2022 foi um ano de construir e compartilhar conhecimento. O grupo, formado durante o PerifaSul 2050, seguiu em conexão, trocando ideias e aprofundando conceitos. A união deu tão certo que floresceu.

“Criamos a Teoria da Mudança, se formou o Comitê Construtivo para coordenar a criação do FCP M’Boi (Fundo Comunitário PerifaSul M’Boi Mirim)”, que nasceu com o objetivo de fomentar, de forma sustentável, iniciativas que atuem no desenvolvimento do território.

“Foi um momento muito intenso, pois a criação desta proposta é inovadora no Brasil, assegura recursos para continuidade permanente do uso das aplicações financeiras”, acrescentou a gestora, que explicou por que o M’Boi Mirim foi a região escolhida como foco da iniciativa.

“A definição deste território para atuação foi baseada nas necessidades locais e na diversidade de projetos sociais existentes e a grande necessidade de recursos”, disse ela.

Os desafios dessa jornada

Diane destaca que tem sido muito importante manter e ampliar o contato com outros atores da periferia sul de São Paulo ao longo dessa jornada.

“Tem sido um processo muito interessante que tem promovido reflexões importantes, maior proximidade com pessoas que realizam projetos dentro do território. Além de podermos compactuar com aprendizagens e conhecimentos novos que propiciam novas iniciativas, novas reflexões e propostas para melhorar as condições deste território”, declarou ela.

A gestora ressalta que o desenvolvimento deste trabalho foi crucial para que o grupo compreendesse a importância e responsabilidade da criação desta proposta, mas que, como todo processo, enfrentaram percalços ao longo do caminho.

“Os desafios foram muitos, relacionados a pesquisa, estudo, construção da Teoria da Mudança, levantamentos de necessidades, e definir regras de funcionamento do Fundo”, explicou.

Ela aponta ainda que o fator humano também é um desafio, mas o grupo está pronto para se ajudar, ultrapassar os obstáculos e seguir em frente com foco no que importa: o desenvolvimento do território.

“O fator humano sempre é difícil, mas compreensível, há momentos que estes desligamentos nos abalam, abalam a dinâmica da proposta em andamento, estes fatores têm uma relação direta com o andamento do grupo, mas dificuldades existem sempre e temos que lidar com elas.  Precisamos aumentar o número de participantes e isto já está acontecendo”, disse ela.

Diane reforça que todos têm “momentos difíceis pela questão de tempo, dedicação a outros trabalhos, recursos financeiros, disponibilidade mesmo e entrega, que são fundamentais para a realização”, mas avisa que desistir nunca foi uma opção para ela.

O trabalho em rede visando o desenvolvimento comunitário da periferia sul de São Paulo é um dos motores da Fundação ABH e o Comitê Construtivo é a prova viva disso. Somos extremamente gratos pela confiança e parceria de cada agente transformador que acreditou junto conosco na potência dessa proposta e da periferia sul de São Paulo.

Gostou do artigo de hoje e quer contribuir para o desenvolvimento da periferia sul de São Paulo? Então, fique ligado nos nossos canais de comunicação para acompanhar as próximas entrevistas desta série e ficar por dentro de todas as novidades sobre o FCP M’Boi, conhecer mais sobre o nosso território de atuação e os atores sociais que se dedicam a impulsioná-lo diariamente. Aproveite e apoie a Fundação ABH para possamos ampliar essa rede e gerar ainda mais impacto na periferia sul de São Paulo.

Ah, e se você tem uma iniciativa na periferia sul de São Paulo que trabalha para melhorar essas e outras questões da comunidade, faça seu cadastro no Mapa PerifaSul 2050! Vamos juntos mostrar para todos a potência que a periferia sul tem!