O GT de Inclusão Produtiva é mais um dos Grupos de Trabalho criados na última reunião do PerifaSul 2050.

Antes de falarmos sobre o GT, é importante entender o que é inclusão produtiva. Segundo a Fundação Arymax, especialista no assunto, o processo de inclusão produtiva contribui para diminuir a exclusão social da população e aumentar a produtividade do Brasil.

O GT de Inclusão Produtiva pesquisa e estuda estratégias para incluir pessoas em situação de vulnerabilidade econômica no mercado de trabalho, focando nos temas empregabilidade, economia criativa e empreendedorismo. 

Assim como o GT de Arte, Esporte e Cultura, o GT de Inclusão Produtiva é composto por três integrantes, mulheres, que se encontram na afinidade pelo tema e no desejo de colaborar com o desenvolvimento comunitário da periferia sul de São Paulo

O processo, desafios e aprendizados do GT de Inclusão Produtiva

Alânia Cerqueira, da Macambira Sociocultural, Ju Dias, da Borá Lá Comunicação e Marketing Popular, e Naiara Padial, do e-Bairro, conversaram com a gente sobre a atuação, expectativas, planos e metas do núcleo para o GT de Inclusão Produtiva.

As integrantes do GT contaram que exploram as temáticas de forma individual, sem papéis definidos, ou seja, todas entraram em contato com as temáticas base do núcleo para depois, juntas, organizarem e entrarem em consonância a respeito das informações coletadas durante as reuniões periódicas.

“Concordamos que compreender mais a fundo as definições, a abrangência de cada temática, os desafios e oportunidades que essas áreas têm a oferecer seria primordial para pensarmos estratégias para ações futuras. Cada uma realizou uma pesquisa a parte a respeito dos temas, depois apresentamos em reunião e debatemos as descobertas”, explicou Alânia, coordenadora do GT.

Naiara destacou que o cronograma de trabalho foi dividido em quatro partes, sendo três partes dedicadas às temáticas do núcleo – empregabilidade, economia criativa e empreendedorismo – e uma destinada à compilação final do estudo desenvolvido pelo núcleo.

Apesar de tanta organização, todo processo é regado de desafios. O trio ressaltou que atuar no GT de Inclusão Produtiva tem sido uma oportunidade de olhar os temas trabalhados por outras perspectivas.

“Foi um exercício interessante, perceber que muitas vezes ficamos presos a nossa bolha, a uma perspectiva voltada para nossa realidade, mas, ao pesquisar, percebemos o quanto a inclusão produtiva pode ser analisada por diferentes aspectos”, comentou Ju Dias.

Além disso, as responsáveis pelo GT de Inclusão Produtiva destacam que todo o processo tem sido de aprendizado, descobertas e autoconhecimento. 

“Foi muito enriquecedor, poder pesquisar a respeito de temas que nós acreditávamos dominar e, durante o processo, perceber que ainda tínhamos muito a aprender, pois a abrangência dos temas era maior do que pensávamos. A partir disso pudemos ter dimensão das oportunidades e melhorias necessárias de cada temática”, acrescentou Ju Dias.

O que vem por aí no GT de Inclusão Produtiva

Alânia Cerqueira, Ju Dias e Naiara Padial estão profundamente empenhadas nas pesquisas do GT de Inclusão Produtiva e devem lançar um e-Book para que todos tenham acesso aos resultados do trabalho do núcleo. 

“Debatemos os temas e decidimos reunir todas as informações em um arquivo que possa ser apresentado e compartilhado para mais pessoas terem acesso a esses conteúdos em forma de um e-Book, por ser um formato que possibilita maiores informações, que pode ser consultado a qualquer momento e também pela possibilidade de incluir links clicáveis que direcionam para outras páginas de referência dentro dos temas”, explicou Naiara.

O trio ressaltou ainda a importância de terem atores sociais da periferia sul de São Paulo à frente dos Grupos de Trabalho do PerifaSul 2050 e de outros projetos desenvolvidos na região.   

“Ter agentes do território pensando juntos ações para o território é fundamental para o sucesso de qualquer proposta, uma vez que a vivência traz aspectos que nem sempre apenas uma pesquisa é capaz de revelar. Dessa maneira torna-se mais fácil direcionar recursos e ações com maior relevância”, pontuou Alânia.

As integrantes do GT apontam ainda que uma contribuição financeira maior seria um incentivo a mais para a união e o empenho dos articuladores da comunidade, que já trabalham em prol da transformação do território, muitas vezes sem recursos.

“Sem dúvida ter uma remuneração para realização desse trabalho é um grande incentivo, uma vez que para construir um resultado sólido demanda tempo e dedicação, mas acredito que os valores devem ser definidos de acordo com as oportunidades de investimentos disponíveis”, justificou Alânia.

Sobre os planos para o futuro do GT de Inclusão Produtiva, Alânia, Ju Dias e Naiara afirmam que tudo vai depender e nascer de uma construção coletiva junto aos outros Grupos de Trabalho do PerifaSul 2050.

Vale lembrar que a pesquisa realizada pelo GT de Inclusão Produtiva será organizada em um e-Book, que trará um panorama sobre a inclusão produtiva, empregabilidade, economia criativa e o empreendedorismo no Brasil, dos desafios às oportunidades de cada área, bem como compreender de que maneira esse conhecimento pode ser revertido em estratégias para inclusão de mais pessoas no mercado de trabalho.

Assim como a planilha elaborada pelo GT de Arte, Esporte e Cultura, o e-Book do GT de Inclusão Produtiva será uma importante ferramenta tanto para a atuação da Fundação ABH na periferia sul de São Paulo quanto para a transformação da comunidade através das mãos dos próprios agentes locais.