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Oficinas colaborativas discutem temáticas prioritárias para a periferia sul de São Paulo até 2050


Durante o mês de fevereiro de 2021, a Fundação ABH realizou uma pesquisa, via preenchimento de formulário online, com os moradores da zona sul de São Paulo tendo como objetivo entender as temáticas sociais que, para eles, merecem ser trabalhadas com destaque até 2050. Esse processo foi chamado de PerifaSul 2050 e conta com a parceria do IDIS para co-facilitar.

Com base na pesquisa “O que queremos para a periferia sul em 2050?”, entendemos as prioridades do território e, junto com a comunidade, iniciamos uma série de oficinas para validar o resultado e planejar ações que contribuam diretamente para a superação dos desafios de cada temática escolhida.

O papel da Fundação ABH nesse processo é guiar atores locais nessa jornada de conhecimento, construção conjunta e transformação, criando pontes entre eles e atores externos, os apoiando na descoberta dos ativos que têm em seu poder e fortalecendo assim a atuação em rede.

“Todas as nossas ações só fazem sentido se existir a participação e o envolvimento das pessoas do território, se elas se virem como parte do processo, entendendo seu papel e como podem contribuir para alcançar os objetivos em comum”, diz Marina Fay, Diretora Executiva da Fundação ABH
 


Oficinas PerifaSul 2050


A primeira oficina aconteceu no último sábado de fevereiro e, junto com os atores locais, foi possível analisar os dados da pesquisa e identificar os anseios e demandas da população referente ao seu território.

É muito bom poder estar ao lado de referências do fazer social, educacional e cultural, fazendo leituras sobre a conjuntura atual tendo acesso aos vários olhares sobre a realidade do território. É um aprendizado constante, a diversidade no pensar, no elaborar, esperançar e planejar. É uma potência real que contribui para avançarmos nos caminho de mudança e construção da igualdade social e na superação dos preconceitos”, diz Alanshark, membro do Coletivo Fora de Frequência, localizado no Jd. Ângela.

Além de abrir um espaço de escuta e troca de ideias para a formação das temáticas prioritárias, o objetivo das oficinas é estabelecer linhas de atuação e atividades no curto, médio e longo prazo para cada uma delas

Os temas definidos servem de base para as próximas oficinas, a partir das quais será possível apresentar ideias e ações efetivas para que problemas possam ser solucionados e desafios sobrepujados.

Segundo Dandara Souza, membro do coletivo AquilombArte, as oficinas têm sido positivas.

“Para mim, que tenho apenas 20 anos, estar em uma oficina de construção de algo tão grande e potente tem sido uma honra; estou aprendendo demais em cada oficina! Algo que me fascina muito em todo esse processo é como podemos nos complementar, cada um dentro de sua área e de acordo com suas vivências. Se houvessem mais espaços como esses iríamos evoluir muito mais, onde existe um respeito e uma troca saudável, vejo nossas oficinas assim, um espaço de troca muito saudável”, diz ela.

Até o momento já foram realizadas 4 oficinas e, segundo Marina Fay, “tem sido um processo extremamente rico e agregador, com um grande potencial de impacto. Quem sabe, ao final desse processo, não tenhamos uma teoria da mudança para a periferia sul de São Paulo!”

Temáticas prioritárias


Para abranger os temas apresentados, a Fundação ABH, em conjunto com os atores comunitários, validaram três temas guarda-chuva que abraçam as principais questões que os moradores da periferia sul consideram que merecem visibilidade. São eles:

  • Inclusão Produtiva;
  • Desenvolvimento Comunitário;
  • Vida Digna e Bem Estar.

 

“Acredito que todos os temas escolhidos são de extrema relevância e, de certa forma, todos estão associados com direitos básicos da vida em sociedade. Com isso, proporcionar ações que melhorem todos esses campos sociais, é contribuir e muito com o desenvolvimento humano no território sul da cidade de São Paulo”, diz André Benelli, membro do Coletivo Fora de Frequência


Vale lembrar que os temas guarda-chuva, tal como diz o nome, contemplam diversos outros subtemas que estão sendo abordados e discutidos em cada reunião. A cada oficina, os atores sociais estão definindo as áreas prioritárias e traçando atividades, metas, objetivos e os resultados esperados. Assim, todo mundo vai poder caminhar em uma mesma direção em prol desse objetivo comum.

Uma das metas das oficinas, segundo a Diretora Executiva da Fundação ABH, é permitir que as pessoas tenham mais autoridade para serem protagonistas da própria história, do próprio desenvolvimento e dos próprios sonhos.

 

“2050 está logo ali, espero ver as pessoas tendo condições de escolher sua profissão, de estudar a área de interesse, tendo moradia digna, esgoto tratado, saúde, acesso a cultura e ao direito de produzi-la, esporte e o direito de praticá-lo, e que os empreendedores tenham condições de alcançar seus objetivos”, diz Alan.

 

Juntos podemos transformar!