A data foi escolhida e declarada em novembro de 2007 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de fortalecer o debate sobre questões sociais que atingem a população a nível mundial.

 

Dentre as prioridades estão:

 

A data não repercutiu no Brasil como deveria, o que reforça a desigualdade enraizada no nosso país desde a sua colonização.

Mais precisamente, o Brasil ocupa a 9º posição no ranking de países mais desiguais do mundo, isso de acordo com dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) e uma compilação do Banco Mundial. Outros sete países africanos estão à frente do nosso e África do Sul ocupa o primeiro lugar.

Considerando as três Américas, nenhum outro país é mais desigual que o Brasil, dado este que preocupa e acende diversos alertas. No final de 2020, o IBGE apresentou a Síntese de Indicadores Sociais onde apontou que os 10% mais ricos do Brasil detinham 43% da renda, ou seja, 43 vezes mais do que os 10% mais pobres, que detinha 1% do total do total da renda gerada no país.

Além disso, a população brasileira perdeu renda nos últimos anos. A última Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), do IBGE, registrou que os 10% mais ricos do país perderam, em média, 3% da renda. Já, entre os 40% mais pobres, a queda foi de mais de 30%, isso sem levar em conta o auxílio emergencial.

Outros elementos ressaltam a desigualdade brasileira. Quando se fala de emprego, a pesquisa traz que, de cada 10 trabalhadores ocupados, 4 eram trabalhadores informais. Se o recorte levar em consideração o grau de instrução, a diferença é assustadora. Dentre as pessoas que não possuem instrução ou têm o ensino fundamental incompleto, o trabalho informal chega a 62,4%, sendo três vezes maior do que aqueles que têm ensino superior completo.

Já a pandemia da Covid-19 escancarou a desigualdade a nível mundial pois, quando se trata da vacina contra o vírus, a estimativa é que 9 em cada 10 moradores de países pobres fiquem sem o imunizante. Por outro lado, países ricos garantiram doses suficientes para cobrir até quatro vezes o seu total de habitantes.

Desigualdades na periferia sul de São Paulo

Como vimos ao longo do texto, a injustiça social acontece de diversas formas e essa é só a ponta do iceberg.

A desigualdade, infelizmente, atinge os quatro cantos do mundo e do Brasil. Na Periferia Sul de São Paulo, as questões sociais pendentes e as diferenças deixam a população ainda mais vulnerável.

Em tempos de pandemia todos, principalmente a juventude, sofrem com dificuldades financeiras, infraestrutura precária, fome e desemprego. Por consequência, a população periférica fica com o psicológico abalado apresentando quadros de ansiedade, depressão, etc., como revelou o estudo ‘Juventudes e a Pandemia’, do Conselho Nacional de Juventude.

Entre organizações sem fins lucrativos, coletivos e movimentos, a periferia sul de São Paulo tem um grande número de atores sociais que agem em prol dos direitos de todos. Dentre eles, podemos destacar o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular do Campo Limpo (CDHEP). A organização tem como objetivo “promover estratégias de formação, articulação, comunicação e incidência em políticas públicas para prevenir e superar as diversas formas de violência existentes nas periferias”.

Conversamos com a coordenadora geral do CDHEP Campo Limpo, Mariana Pasqual Marques, que falou sobre o longo trabalho do instituto: “A nossa luta por justiça social é histórica, tem memória. O CDHEP luta há quarenta anos por um projeto popular pensado e sentido a partir das nossas práticas”.

Mariana ressaltou ainda a importância de a população unida se conscientizar sobre os fundamentos da luta por igualdade: “Não há justiça social sem justiça de gênero, de raça e de classe. Não há justiça social sem a diminuição do Estado Penal e o aumento de um Estado social”.

Os direitos são nossos, por isso vamos lutar por eles!

Juntos podemos transformar!