LUDESTACADA

“A meta é consolidar o FCP M’Boi como referência no Brasil”, diz a gestora Luciana Moreira

Após um ano marcado por desafios e aprendizados, o FCP M’Boi (Fundo Comunitário Perifasul M’Boi Mirim), impulsionado pela Fundação ABH, ganhou um reforço estratégico na gestão e captação de recursos com a chegada de Luciana Moreira, que, desde Agosto/24, trouxe sua expertise de 15 anos no terceiro setor para fortalecer o impacto do FCP M’Boi, potencializando iniciativas locais e consolidando o desenvolvimento da periferia sul de São Paulo.

Neste artigo, Luciana Moreira conta como se conectou ao FCP M’Boi e suas motivações, além de compartilhar suas reflexões a respeito da atuação ao longo dos três meses em que está na iniciativa, impactos gerados e expectativas para o futuro.

Quem é Luciana Moreira?

Nascida na Vila das Mercês, bairro da zona sul de São Paulo localizado no distrito de Sacomã, Luciana Moreira, de 45 anos, retornou à capital paulista em 2021, após oito anos no Rio de Janeiro. Formada em Relações Internacionais, com especialização em captação de recursos e gestão no terceiro setor, ela acumula quase duas décadas de experiência neste campo, trabalhando em diferentes frentes, no Brasil e no Reino Unido, como inclusão social, educação, conservação ambiental e assistência social a crianças, jovens e idosos em situação de vulnerabilidade.

Apesar de conhecer a região do M’Boi Mirim, a nova gestora do FCP M’Boi conta que precisou se reconectar com o território por meio de uma imersão contínua, familiarizando-se com as iniciativas e lideranças locais, ampliando a rede de conexões, promovendo a articulação comunitária e a valorização das iniciativas socioculturais do território.

Conexão com Fundação ABH e o FCP M’Boi

Luciana Moreira explica que sua conexão com a Fundação ABH e o FCP M’Boi (Fundo Comunitário Perifasul M’Boi Mirim) ocorreu de maneira orgânica, fundamentada por uma visão comum sobre o desenvolvimento comunitário local.

Por compartilhar os mesmos valores e práticas da Fundação ABH e do FCP M’Boi, especialmente a crença de que o desenvolvimento e fortalecimento comunitário são caminhos eficazes para promover uma transformação social positiva, a conexão foi natural e fluida”, afirma a gestora do FCP M’Boi.

Luciana Moreira conta também que essa parceria tem possibilitado a construção de pontes com o território e seus moradores: “Essa sintonia de propósitos tem permitido construir uma relação que visa contribuir diretamente com a região do M’Boi Mirim e adjacências, ampliando o impacto das ações realizadas”.

Luciana Moreira ressalta que atuar em uma iniciativa que já está em andamento, embasada pelo olhar e vivência de diferentes lideranças da periferia sul de São Paulo, tem sido tanto um desafio quanto uma oportunidade de aprendizado.

“Desde que comecei no FCP M’Boi, em agosto de 2024, tenho encarado este momento como uma chance de contribuir para o fortalecimento e crescimento da iniciativa. Tive a oportunidade de contribuir com a identificação e fortalecimento das potencialidades internas e externas do projeto, enquanto trabalhava no planejamento, organização e execução de estratégias para enfrentar desafios existentes ou que possam surgir”, destaca ela.

Luciana Moreira acrescentou que o balanço desse processo, marcado por dinamismo e colaboração, tem sido positivo até o momento: “Ele se apoia em uma construção conjunta, orientada pelas diretrizes do Comitê Construtivo e enriquecida pelas contribuições da Fundação ABH. Essa abordagem permite não apenas consolidar os avanços existentes, mas também promover melhorias contínuas para fortalecer o impacto do projeto”.

Os Impactos Gerados com o FCP M’Boi

Nos três primeiros meses de atuação, Luciana Moreira destaca que sua participação no FCP M’Boi tem se concentrado na construção e implementação de uma proposta estratégica de trabalho, desenvolvida em parceria com o Comitê Construtivo, com objetivos claros e metas definidas.

“Essa proposta contempla três pilares principais: fortalecimento institucional, articulação comunitária e captação de recursos. Paralelamente, busquei estar no território do M’Boi Mirim, participando ou prestigiando eventos e estabelecendo conexões com pessoas e movimentos locais”, detalha a gestora do FCP M’Boi.

Luciana Moreira destaca ainda as atividades realizadas no território com o apoio do fundo e às quais compareceu neste período, que, segundo ela, foram fundamentais para fortalecer o vínculo com a comunidade.

“Estive no III Encontro do Fórum de Pesquisadores, em ações do Festival Hip Hop Semeia, tanto na Fábrica de Cultura São Luís quanto no Centro Cultural Mocambo, no Jardim Ângela. Também compareci à FeliZS – Feira Literária da Zona Sul, em locais como a EMEF General de Gaulle, CEU Feitiço da Vila, Bloco do Beco, e no encerramento na Praça do Campo Limpo. Além disso, prestigiei o evento de reinauguração do Bloco do Beco, com apresentações do Umoja e do Bloco Afro É Di Santo”, relatou ela.

O Papel Transformador da ABH e do FCP M’Boi

Luciana Moreira evidencia que a parceria entre a Fundação ABH e o FCP M’Boi representa um modelo de atuação complementar e inovador, com foco no protagonismo local e, juntas, têm conseguido tecer uma rede de apoio e desenvolvimento de soluções para o território.

“A Fundação ABH, como uma organização social familiar comprometida com o desenvolvimento da periferia sul de São Paulo, desempenha um papel essencial ao investir recursos financeiros, técnicos e humanos na região. Essa atuação não só promove a melhoria das condições sociais locais, mas também estabelece conexões estratégicas que facilitam a chegada de novos investimentos e apoios, ampliando o impacto positivo em comunidades da região”, detalha a gestora.

“Por sua vez, o FCP M’Boi atua como uma organização comunitária multitemática, sendo uma plataforma de congregação de recursos para fortalecer iniciativas, organizações e lideranças locais. Seu propósito de reduzir as desigualdades sociais no M’Boi Mirim é essencial para promover oportunidades mais equitativas. Juntas, a Fundação ABH e o FCP M’Boi têm um potencial complementar significativo, podendo alinhar esforços para um desenvolvimento comunitário mais integrado e sustentável no território”, completa ela.

Expectativas Para o Futuro

Luciana Moreira enfatiza que os resultados alcançados através dessa parceria já são significativos, como a estruturação do Comitê Construtivo do FCP M’Boi, o aporte de capital semente, a realização do Edital nº 01/2023 – Presença Digital, e o incentivo ao mapeamento e divulgação do Mapa PerifaSul. No curto prazo, os planos incluem:

  • Investimento contínuo na profissionalização do FCP M’Boi;
  • Formalização do FCP M’Boi;
  • Maior articulação com instituições como o IDIS e o Programa Transformando Territórios;
  • Criação de novas oportunidades com o SEBRAE;
  • Consolidação do FCP M’Boi como referência em FICs (Fundações e Institutos Comunitários) no Brasil;

“Essas ações têm fortalecido a base institucional do FCP M’Boi e gerado impactos significativos na região. A expectativa é que o FCP M’Boi se consolide como referência em fundações comunitárias no Brasil, potencializando iniciativas locais e promovendo impacto social duradouro no M’Boi Mirim. Em 2025, o foco será na ampliação de parcerias e iniciativas, fortalecendo ainda mais as organizações, projetos e empreendedores locais, e consolidando o território como modelo de desenvolvimento comunitário”, acrescenta a gestora.

Conclusão

A atuação do FCP M’Boi em 2024 reflete o poder da colaboração e da articulação comunitária. Com conquistas sólidas e planos ambiciosos, Luciana Moreira e toda a equipe do FCP M’Boi continuam empenhados em construir um legado de impacto social duradouro, reafirmando o compromisso de fazer do M’Boi Mirim um modelo de desenvolvimento comunitário para o Brasil.

“Trabalhar em rede é essencial para promover a colaboração, ampliar impactos e otimizar recursos na busca por soluções eficazes. No contexto comunitário e periférico, essa prática não é apenas estratégica, mas intrínseca à transformação social. O FCP M’Boi é um exemplo prático dessa abordagem, pois, desde sua concepção, foi estruturado com base no trabalho em rede, promovendo conexões que fortalecem a periferia e viabilizam soluções locais por meio da união de esforços e recursos”, ressalta a gestora.

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